Prezados amigos!
Eis que o tempo já nos roubou três meses, e estamos aqui em nosso segundo número! Neste estão presentes muitos questionamentos em um tempo de incertezas naquele que parece ser um daqueles anos de viragem para a humanidade, cujas consequências são imprevisíveis, devido a uma série de fatores: a guinada à extrema direita capitaneada pela ascensão de Trump nos EUA, a perda do prestígio da Europa, o fracasso retumbante da OTAN em tentar destruir a Rússia, a multipolarização, entre outros.
Assim, apresento-lhes artigos de diversos pesquisadores que tratarão de questões diversas na área das Ciências Humanas que reúnem e refletem o rigor acadêmico e a diversidade de abordagens nas respectivas áreas do conhecimento. Este volume traz contribuições inovadoras que dialogam com questões contemporâneas e ampliam as discussões acadêmicas sobre temas de grande relevância.
No primeiro artigo, Tränen des Vaterlandes: the war in an iconophotological reading, proponho uma nova abordagem à leitura de textos do período Barroco, ao introduzir os conceitos de iconofotologia e poemas fotográficos. Isso porque para que haja a compreensão desses textos requerem-se as chaves sígnicas perdidas ao longo do tempo e que acabam sendo substituídas por uma nova perspectiva imagética contemporânea a partir da fotografia.
Já a Ariane de Andrade da Silva propõe uma análise da centralidade do corpo negro na obra Esse Cabelo (2015), examinando como as fotografias inseridas na narrativa funcionam como referenciais de negritude e são utilizadas para desconstruir barreiras históricas e fortalecer a identidade da personagem Mila.
Seguindo essa linha, Cristina Reis Maia discute a metapicturalidade como expressão narrativa no romance O Retrato do Rei, de Ana Miranda. O estudo explora a relação entre escrita e imagem, desafiando a distinção entre realidade e ficção, permitindo novas interpretações sobre a história do Brasil.
Na sequência, Fernando Rodrigues da Costa investiga a interseção entre música e literatura por meio da obra Mestre Pérez, organista de Sevilha, de Gustavo Adolfo Bécquer. Utilizando a teoria do cronotopo de Mikhail Bakhtin, o estudo examina como a narrativa transporta o leitor por diferentes épocas e cenários, destacando o papel da música na construção dos espaços e personagens.
Esperamos que os artigos aqui reunidos inspirem novas reflexões e incentivem a continuidade das pesquisas nas respectivas áreas. Agradecemos aos autores por suas valiosas contribuições e aos pareceristas pelo comprometimento na avaliação dos trabalhos. Que esta edição seja um convite às discussões acadêmicas e à produção de conhecimento.
Saudações acadêmicas,
Jack Brandão